quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Confissão


Eu pecador, confesso que o envelhecimento reduziu a minha crença na mudança radical da sociedade e as minhas participações cívicas acabaram por ser cada vez mais centradas na defesa da democracia e da liberdade e nos contributos para a educação para a cidadania de crianças e jovens.
 
Eu pecador, confesso que procurei com o projecto Abril Hoje, ajudar as escolas interessadas a consolidarem o que julgava serem os pilares essenciais da educação para a cidadania: a denúncia e combate da violência, a prevenção da corrupção e a aprendizagem e valorização da participação democrática.

Eu pecador, confesso que ajudei centenas de alunos do ensino básico e secundário a reflectirem e encontrarem soluções para o bullying e a violência nas suas escolas, já que eram os problemas que mais os preocupavam.

Eu pecador, confesso que participei em sessões em que os alunos reflectiram sobre a aplicação prática da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Eu pecador, confesso que preparei um texto sobre violência no namoro que foi discutido nas escolas.

Eu pecador, confesso que participei na elaboração da proposta da Associação 25 de Abril à Direção Geral de Educação de um referencial para o domínio “Instituições e Participação Democrática” a ser utilizado desde o 1º ciclo do ensino básico até ao secundário.

Eu pecador, confesso que a partir das recomendações do Conselho da Europa, definimos os objectivos para os diferentes níveis de escolaridade tendo como objectivo preparar os futuros cidadãos para viver em sociedade, resolver conflitos, assumir responsabilidades, compreender e aceitar as regras do Estado de Direito e os mecanismos de representação democrática e participar na governação do seu país.

Eu pecador, confesso que a prova do nosso delito pode ser descarregada daqui.

Eu pecador, confesso que pequei muitas vezes por pensamentos e palavras, actos e omissões, por minha culpa, minha tão grande culpa.

E peço a Aníbal Cavaco Silva, a Pedro Passos Coelho, a D. Manuel Clemente, a Sérgio Sousa Pinto e a todos os Irmãos que rogueis por mim ao vosso Senhor.

Amém!

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