De facto, as nossas vidas cruzaram-se há mais tempo, quando fomos morar para o mesmo prédio em Lisboa, teria eu uns dez anos e a João oito. Mas há cinquenta anos decidimos entrar na igreja de São Roque e fazer a nossa festa.
Uma festa bonita, em que dois dos protagonistas não seguiram o guião: o noivo porque não acreditava no ritual e o sacerdote porque falava para um tipo que não sabia as orações e não abria a boca.
A verdade é que, por mérito do simpático clérigo, correu tudo bem. Certamente convencido que um dia o noivo veria a luz, cumpriu a sua função, abençoou a união e desejou-nos felicidades.
Passados cinquenta anos, não vi a luz mas o amor que nos levou à igreja de São Roque é hoje muito mais forte. E a festa fazemo-la com duas filhas, dois genros e oito netos.
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